sábado, 10 de maio de 2008

uísque

Sólido.
Entre o ar e as águas, zero graus celsius.
Em meu copo,
um pedaço do mundo bóia.
Línguas e lábios desfrutam de contato infinito.

Líquido.
Madeira destilada.
Corre veloz, cobre gargantas.
Combinam corpos, palavras.
Gargalham risadas.

Tecido fino,
quase ausente.
Preto pano tracejado em branco.
Olho, meu corpo sente.
Que tempo é este que me espelha tanto?

Nada mais ouço.
Nada mais vejo.
Volumes e espaços transmutam-se uno.
Enxergo plena essência,
derradeira adolescência,
de meus tantos poucos anos.

(eu, em algum ponto de 2006)

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